"Quando fiz o texto o ano passado(2011), pensava que não voltava mais a falar de crise, mas pelo contrário não se fala de outra coisa.
Este ano andei com muita preguiça no que respeita ao blogue, não sei explicar muito porquê, mas foi assim, talvez o estado de espírito e a perca de algum encanto no que respeita a esta aura negativa que se encontra à nossa volta.
Como sempre, mais uma vez não foi cumprido tudo o que tinha previsto fazer, o tempo não chega para tudo e também é necessário um pouco de lazer.
Espero este ano andar um pouco mais activo, já tenho umas fotos e uns trabalhos para apresentar.
Um bom ano a todos, vamos por os olhos no futuro e esperar que as coisas corram bem, eu sei que quem tem a responsabilidades de fazer com que o futura corra melhor, já nos desiludiram muito, mas, já não têm muito espaço para errar, por isso vamos ter uma réstia de esperança, não sei se mais uma vez foi bem confiado, mas o tempo irá dar o seu veredicto."
BISCATIZ, Mensagem inicio de ano de 2012
Como não tenho nada a acrescentar em relação ao ano anterior, resta-me fazer nova publicação do mesmo documento. Para se ter uma ideia de como o tempo passa e os assuntos continuam atuais, descrevo abaixo um documento de 1871 escrito por Eça de Queiroz.
Nota: Uma pequena correção em relação ao texto anterior, onde se lê: "já não têm muito espaço para errar" deve ler-se ainda têm muito espaço para errar. E na idéia de alguns ilustre o povo "ai aguenta, aguenta".
Descubra as diferenças:
"Aproxima-te um pouco de nós, e vê. (...) O povo está na miséria. Os serviços públicos vão abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias aumenta em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima a baixo! Todo o viver espiritual, intelectual, parado. (...) A mocidade arrasta-se, envelhecida, das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce... O comércio definha. A indústria enfraquece. O salário diminui. A renda diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguel. A agiotagem explora o juro. (...) A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. (...) Diz-se por toda a parte: «O país está perdido!» Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete(a), que de norte a sul, no Estado, na economia, na moral, o país está desorganizado - e pede-se conhaque! (...) Os fundos descem, e descem há tanto tempo que devem estar no centro da Terra."
Eça de Queiroz, Maio de 1871
Uma Campanha Alegre
http://ilovepseudopessoas.blogspot.pt/2012/07/insonia-e-crise.html
Eça de Queiróz
(a) - Jogo de cartas muito comum no séc. XIX, que se jogava com baralho de quarenta cartas, entre três parceiros, cada um iniciando com nove cartas, restando 13 na mesa
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