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sábado, 28 de março de 2009

SERRALHARIA - DICAS E SUGESTÕES












Neste tipo de trabalho (ferro) existe uma grande variedade e uma grande liberdade para efectuar os trabalhos solicitados no dia-a-dia, existem diversas "escolas", diversos mestres, variadíssimas zonas de influências deste e daquele trabalho, e também um evoluir de geração para geração, quer no material usado, quer no modo com se executa.

À partida pode olhar-se para um determinado trabalho e até parece muito perfeito, mas pode estar por ali um número indeterminado de problemas "Aldrabices".
Qualquer trabalho, seja desta arte ou de outra, deve primar pelo bom gosto, sair o mais perfeito possível de uma forma harmoniosa. Neste capítulo podemos dar vários exemplos, mas o que me desgosta mais é ver um portão de correr á "meia canela", ou seja muita folga por baixo, evitando o trabalho de embutir as rodas no tubo inferior do portão. (Conclusão, menos material, menos tempo, logo menos €'s)


ESTRUTURAS EM TUBO



No caso do material, podemos começar pela estrutura, neste caso tem a ver com a espessura da parede, a medida exterior, o tipo de tubo utilizado (Redondo, Quadrado, Rectangular) e também o seu tratamento. O material galvanizado aumenta significativamente o tempo de vida do trabalho, devendo-se proteger as soldaduras com spray "galvanização a frio", para que essas zonas não venham a oxidar com facilidade.
No caso do tubo não ser galvanizado deve ter-se muita atenção para que a água não entre no interior do tubo, ficando lá armazenada provocando a oxidação do tubo de dentro para fora, mesmo que bem protegida a estrutura por fora com um bom aparelho e tinta de esmalte, este tubo acaba sempre por (oxidar)"apodrecer". São várias as situações que podem levar à entrada de humidade para dentro do tubo; Poros que ficam durante a soldadura, "carepa" que acaba por cair com o tempo, no caso de soldadura por eléctrodo revestido; fixação da chapa com rebites de pressão em alumínio ,que com o tempo acabam por ir alargando; Colocação de fechos ou fechadura com parafusos para o interior do tubo; ou seja, deve ser evitado tudo o que potencie a entrada de humidade para dentro da estrutura. O exterior deste tubo pode ainda ser protegido com um tratamento de decapagem e metalização (Ver artigos "Decapagem, Metalização).


ESTRUTURAS EM FERRO DIVERSAS (GRADEAMENTOS)



Nos gradeamentos por norma, utiliza-se uma grande diversidade de material; Tubos diversos, Ferros redondos, quadrados, barras de diversas medidas, etc. Para este tipo de trabalho não encontramos muito material já galvanizado, então só depois do trabalho executado leva-se a uma decapagem seguida de metalização. Para que a metalização resulte em pleno deve-se evitar grandes espaços onde encostamos "ferro com ferro", porque nesse local a metalização não chega ao seu interior. O mais eficaz é a soldadura geral de toda a zona envolvente, ou seja, isolamento total da zona interior, caso não seja possível deve-se soldar a parte superior, para que a água possa correr sem se infiltrar entre os dois ferro não protegidos.


COBERTURAS EM CHAPA/FACHADAS



No caso da cobertura, existe uma grande diversidade de chapas a utilizar, mas o mais importante será a sua espessura, potenciando uma maior resistência á estrutura. A utilização de chapas quinadas leva sempre a utilizar uma chapa de menor espessura uma vez que a quinagem dá uma maior resistência (aparente) á chapa, dando a ideia errada de que parece mais forte. No caso de chapa lisa, tem que se aplicar-se uma maior espessura, para que o painel fique direito, sem ondulações, ou então dar uma ligeira quinagem, fazendo tipo almofada ficando com uma
maior resistência (aparente claro).



Ultimamente tem-se aplicado muito a chapa lacada, fica com um acabamento melhor, fugindo-se assim a uma posterior pintura que em muitos casos e com o tempo a tinta acaba sempre por cair. Como "não há bela sem senão" fazer um estrutura com chapa lacada precisa sempre de um maior cuidado, uma vez que a chapa já está previamente pintada e qualquer risco deixa o trabalho com uma imperfeição difícil de reparar.
No meu ponto de visto continuo a preferir chapa galvanizada normal, com uma pintura com tinta própria para galvanizados, aplicando directamente a cor pretendida, ou aplicando um bom aparelho especial para galvanizados e depois um bom esmalte.
Muitos são os casos que aplicaram esta tinta e a tinta acabou por sair, neste caso alguma coisa falhou, para que isto não aconteça deve fazer-se o seguinte:
- Lavagem geral da chapa com detergente para retirar toda a gordura;
- Um passagem com lixa fina para quebrar o brilho;
- Uma passagem com diluente celuloso para limpeza de acabamento e acabar de tirar o brilho.



Depois deste trabalho deve ser aplicado aparelho próprio para galvanizados, uma camada muito superficial, e aplicar o esmalte, ou então aplicar uma tinta já com cor definida também própria para galvanizados.
Estas tintas têm diversos nomes dependendo da marca a utilizar.



Nota: Não é por aplicar uma grande altura de tinta que o material vai ficar mais protegido, e no caso de a zona ficar muito exposto ao sol a tinta acaba por saltar mais facilmente. Deve ser aplicado uma camada fina de aparelho e uma camada fina de esmalte. Numa segunda pintura deve-se dar uma "lixadela" para continuar com uma camada fina. Em futuras pinturas, quando já existir uma maior camada de tinta, deve-se remover a tinta na totalidade e voltar a fazer tudo de novo, Lavagem etc, etc.
No caso de não ser galvanizado pode-se aplicar uma camada de aparelho e tinta numa quantidade maior.

quarta-feira, 11 de março de 2009

GNR QUASE "MATA" BISCATIZ



Como diz o velho ditado, “á dias em que não se pode sair de casa”, depois de várias peripécias, encontros e desencontros que me levaram a passar pela margem sul numa Sexta-feira 13, para falar verdade nem sei bem se sou supersticioso, ou até se acredito em bruxas, mas estou a ficar um pouco como os Espanhóis. “No los veo, pêro eso existen, existen”.

Depois de um dia de serviço em Lisboa, ao ter recebido um encomenda com algum material para utilização na oficina, como a encomenda se fazia acompanhar da respectiva nota não dei grande atenção á data. A noite sem dormir também não fazia correr fluentemente os poucos neurónios que me restam. Vários cenários podiam ter acontecido, sem que o desfecho fosse o que aconteceu, entre eles: não ter passado por aquele local; ter ficado a tomar um café num local qualquer, fazer magia, não sei se ser sexta 13 também conta, mas talvez, e mais importante ainda não me fazer transportar numa carrinha como vulgarmente se designa de comercial, este sim foi um dos grandes problemas. Para simplificar estava há hora errada no sítio errado e ponto final. Como dizia um politico da nossa praça “margem sul jamai”. Convínhamos também que não será o melhor trajecto para se chegar a Santarém vindo de Lisboa.

Conclusão, documentos não estavam em dia, pimba, um auto e respectivos documentos apreendidos, eu nem conseguia raciocinar, os neurónios andavam todos espalhados, e fora do local, por isso da minha parte o silêncio, da parte da autoridade o discursos de frases feita que já estamos habituados, principalmente quem se faz deslocar nesses respectivos veículos. Do meu ponto de vista, é possível muitos adjectivos para classificar a situação, descuido, ingenuidade, falta de traquejo, também um pouco falta de sorte “sexta 13”, talvez, contrastando com o excesso de zelo por parte da autoridade.

Depois do choque, a primeira coisa que me passou pela cabeça, foi, como disse um colega da arte, soldar as portas por fora e nunca mais lá entrar, e claro vender a carrinha, não queria ficar com um objecto “possuído pelo diabo”, e de seguida declarar o óbito do BISCATIZ. Até seria uma situação, a gosto de algumas das pessoas que me rodeiam.

Foi uma semana muito difícil, o meu coração quase não aguentava de ver o BISCATIZ naquela situação, depois de sete dias em “coma”, e depois de pagar a respectiva “bula”, começa a dar os primeiros sinais de vida, não é que tenha recuperado totalmente, mas como se diz o tempo cura tudo, ou quase tudo.

Estas situações custam ainda mais, porque quando temos que passar de um local para o outro, não optamos por passar por um cabo de aço, mas sim construir uma passagem sólida e bem estruturada para que nada nos aconteça, ou pelo menos correr o mínimo de riscos possíveis.

Num dos dias, ainda com o BISCATIZ em coma, resolvi abrir um jornal, e ler o respectivo signo, como referi em cima penso que não sou supersticioso, mas também não sou totalmente descrente, e também sei que aquele signo se refere á minha pessoa e possivelmente a uns milhões de chineses, entre outros milhões de pessoas espalhadas por todo o mundo, mas ditas as palavras certas no sitio certo sabem sempre bem.

Não terá sido as frases que se seguem que fizeram alterar o ponto da situação, ou seja, que fizeram recuperar totalmente o BISCATIZ, mas digamos que foi um bom antibiótico, rumo á cura total.

Como dizia o poeta “enquanto tiver engenho e arte”, força e disponibilidade, vou andando por aí até à próxima contrariedade.

“A vida é feita de altos e baixos. Sem os pontos baixos não conseguiríamos superar-nos e reinventar-nos. Como saberíamos a que sabe a felicidade sem experimentar a tristeza?”

“METRO” as cartas por Vera Xavier

Já que estamos em fase de citações, aqui vai mais uma de um grande mestre;

A Felicidade exige valentia

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo …”

Fernando Pessoa

segunda-feira, 2 de março de 2009

SOLDADURA A ESTANHO


Pode pensar-se que a solda é uma parte insignificante mas na realidade este é um material altamente técnico com qualidades peculiares para criar uma boa soldagem.
Definição de Soldagem: De forma simples e objectiva, entende-se por soldagem o processo de junção de peças metálicas através do emprego de aquecimento das partes envolvidas, até a consolidação da junta, sendo uma das principais actividades em uso numa serralharia.

SOLDADURAS A ESTANHO
A soldagem que geralmente chamamos de solda de estanho, na realidade não é composta apenas por estanho, embora outros elementos como Cobre, Prata, Bismuto, Antimónio e Cádmio podem ser somadas para obter certas características. A composição da solda varia, a mais comum é composta aproximadamente por 60% de estanho e 40% de chumbo. A percentagem de estanho pode aumentar, aumentando por isso a qualidade da solda. As soldas podem ser fornecidas em lingotes, pequenas barras e em forma de fio com diversos diâmetros e embalagem.
Verificar que o ferro tem a potência e ou temperatura adequada para o que se vai soldar e após a verificação e limpeza dos materiais de ferro, aquece os objectos que vão sofrer a soldadura de uma forma uniforme, encostando o ferro a ambos, geralmente em menos de 3 segundos ambos ficam com temperatura adequada para proceder à soldadura, dependendo da massa de ambos os objectos.
Solda em Barras 30, 40 e 50 %Sn (xPb) . . . . . . . . Sn (estanho) e Pb (chumbo)
São indicadas para soldagem de calhas, algerozes em chapa e estanhagem de peças em geral.
São produzidas a partir de estanho e chumbo de alta pureza e pesando aprox. 100g cada verga
Soldas com menos de 60% de estanho não aderem ao metal básico tão bem quanto soldas com maiores teores de estanho, e são mais frágeis e possíveis de fracturar.

FLUXO E SUA FUNÇÃO
Na hora de soldar encontramos diversos materiais pela frente, são eles prata, cobre, ligas de cobre com ferro ou aço, metal ferroso com níquel e outros, isto tudo é usado para reduzir custos de componentes e outros materiais. Todos estes metais formam uma camada de óxido quando exposto ao ar e frequentemente eles são impregnados de graxa e óleo devido ao meio ambiente e o manuseio. Esta camada de óxido e sujeira é uma barreira para a aderência da solda aos metais. O problema fica pior quando os metais estão aquecidos, porque o aquecimento acelera a formação da camada de óxido. E é ai que o fluxo age.
O composto de Breu e outros elementos químicos o fluxo é colocado dentro do fio de estanho de forma continua como um tubo, este fluxo dentro do fio de estanho pode ser de apenas um tubo ou até 5 tubos, mas o comum encontrado é o tri-fluxo que contem tubos com os elementos químicos em toda a extensão do fio de solda.
Mas o que faz o fluxo dentro do fio de solda?
O fluxo na Solda melhora a soldabilidade das partes pois permite que o ferro de solda ao aquecer o estanho primeiramente libere o fluxo interno do estanho nas partes a soldar de tal forma que a acção química do fluxo remova toda a oxidação e impurezas desses materiais permitindo que o estanho em seu estado liquido encontre as áreas a serem soldadas livres de impurezas para uma perfeita aderência.
Uma solda bem feita terá um acabamento luminoso e brilhante com quase todo o fluxo evaporado durante o processo soldagem.
A soldadura consiste em unir as partes a soldar de maneira que se toquem ficando cobertas com uma camada de estanho fundido que, uma vez arrefecido, constituirá uma verdadeira união electrónica
- Tensão: A maioria dos ferros funciona directamente no sector 110/220V. Entretanto, a baixa tensão (por exemplo 12V ou 24V) é geralmente valor comum de uma estação de soldadura.
- Potência: Tipicamente, podem ter uma avaliação de potência entre 15-25 watts, suficiente para a maioria de trabalho.
Uma potência mais elevada não significa que o ferro fique mais quente - simplesmente meios que há mais calor de reserva para lidar com as junções com uma área maior. Isto depende em parte da ponta do ferro. Deve-se no entanto considerar a utilização de um ferro de maior potência quando se pretende fazer um trabalho contínuo maior, uma vez que um ferro de maior potência não arrefece tão rapidamente.
Para electrónica e montagem de circuitos, a solda mais utilizada é a que vem em fios de 0,8 a 1,2 mm de espessura e com proporção de estanho-chumbo de 60/40.
As ligas são designadas pelas proporções de Sn e Pb, por exemplo 70/30 significa 70% de Sn e 30% de Pb.
São usadas ligas 70/30, 60/40, 50/50, 40/60, etc. Apresentam baixo ponto de fusão e podem ser empregadas com ferros de soldar ou maçaricos de GLP.
Podem ser usadas para soldagem de Cu (cobre) e suas ligas, como latão e bronze, mas não servem para soldar outros metais,
como Al (alumínio) e Fe (ferro). As Soldas de Estanho são largamente utilizadas para soldagem principalmente na eletro-eletrônica e na hidráulica.
Na eletro-electrônica, são mais usadas as soldas em forma de fios com a liga 60/40 ou a 63/37, que é a mistura eutética, com ponto de fusão de 183ºC. As aplicações são a soldagem de componentes em placas de circuito impresso, soldagem de terminais e conectores em cabos eléctricos, etc.

SOLDADURA POR PONTOS

O mais conhecido processo de soldadura por resistência. Regra geral, destinado à soldadura de chapas de metal.

A solda limita-se a um ou mais pontos e as duas peças acabam, habitualmente, por se sobrepor. Como norma, utilizam-se pontas de eléctrodos.

O aquecimento mediante corrente eléctrica é amplamente usado para a soldadura de metais. Normalmente utiliza-se a corrente alternada (rede eléctrica), a qual é bastante conveniente para a obtenção das intensas correntes necessárias ao processo. A técnica mais comum para a obtenção de tais correntes implica no uso de um transformador abaixador de tensão.

As peças metálicas, a serem unidas pela soldadura eléctrica, são postas em contacto, faz-se fluir por elas uma corrente eléctrica intensa. A região da junção apresenta uma resistência eléctrica muito maior que aquelas impostas pelas peças metálicas e, por isso, ali, a temperatura eleva-se rapidamente até a temperatura de soldadura; forças de compressão são aplicadas para completar o processo.

Soldadura Eléctrica por Pontos

Um método diferente, conhecido como soldadura por pontos, é o mais empregue para soldar placas ou lâminas metálicas. As folhas, sobrepostas, são apertadas entre dois eléctrodos de uma liga de cobre de grande condutividade, amiúde resfriados interiormente. Quando passa a corrente entre dois eléctrodos, o ponto de união das lâminas aquece até á temperatura de soldadura; então corta-se a corrente e afastam-se os eléctrodos.

A soldadura por pontos é frequentemente usada em lugar da rebitagem; com máquinas automáticas de solda eléctrica por pontos o processo torna-se uniforme e rápido, demorando a soldadura de cada ponto apenas una fracção de segundo.

Nota: Os métodos esboçados acima denominam-se soldaduras por resistência, porque se baseiam na resistência eléctrica das superfícies metálicas em contacto.